Arte do Japão

Byodo-in Phoenix Hall, Uji, Kyoto (1053).

A arte do Japão atravessou inúmeras fases desde os imemoriais tempos desta civilização, alcançando magníficas realizações expressivas como as dos gravuristas do período Edo e outras. De modo geral, uma característica recorrente nas diversas manifestações da arte japonesa ao longo de sua história é a utilização de cores fortes, mas também ocorrem outras características nos diversos gêneros artísticos e nos vários períodos na história de cada gênero. A arte gravurista, por exemplo, conheceu características como o refinamento e o intimismo, e a magnífica junção de delicadeza e intensidade. Um exemplo de arte do Japão, no âmbito das artes cênicas, é o kabuki. Outro exemplo é oshie, a arte de fazer quadros de gueixas usando retalhos de fazenda coloridas.

Os gravuristas japoneses[editar | editar código-fonte]

José D'Assunção Barros, ao examinar a arte gravurista do período Edo, faz notar que estes gravuristas estavam atentos a alguns princípios estéticos fundamentais, tais como a miyabi, que significa algo como "elegância refinada", a wabi (prazer da tranquilidade), a sabi ("simplicidade elegante"), e a mono no aware (phatos da natureza).[1]

A assimilação da arte japonesa pelos artistas ocidentais[editar | editar código-fonte]

A arte japonesa influenciou a arte ocidental, notadamente a chamada arte moderna, em diversas oportunidades. José D'Assunção Barros, que estudou essa questão, desenvolveu a hipótese de que uma nova forma de relacionamento com a alteridade artística foi precisamente uma das características mais marcantes dos movimentos da Arte Moderna no ocidente, e entre estas várias assimilações da alteridade a da Arte Japonesa ocupa um lugar de destaque.[2] Houve por exemplo uma notável assimilação da arte dos gravuristas japoneses dos séculos XVII e XVIII pelos pintores impressionistas, com especial destaque para os nomes de Monet, Degas, Toulouse Loutrec, Renoir. Mas depois,[3] viriam as apropriações da arte japonesa e de outras influências orientais levada a cabo pelos fauvistas, com especial destaque para Matisse, que assimila dos gravuristas japoneses aspectos vários como o uso de cores fortes.[4] Ou seja, enquanto os pintores impressionistas haviam se inspirado nos gravuristas japoneses para captar virtudes como a "serenidade" e o "refinamento", já a atenção de Matisse se voltaria mais especificamente para as "vastas superfícies sem sombras que aparecem em algumas das estampas japonesas", além da assimilação igualmente importante das "cores puras que ali surgem de maneira franca e desimpedida" [4] . É também uma outra assimilação da alteridade japonesa, novamente voltada para a delicadeza e refinamento, a que encontraremos nos artistas da Arte Noveaux.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BARROS, José D'Assunção. Arte Moderna e Arte Japonesa: assimilações da Alteridade. in Estudos Japoneses, n°27, 2007, p. 77-96.
  • HASHIMOTO, Madalena. Pintura e Escritura no Mundo Flutuante: Hishikawa Moronobu e ukyo-e Ihara Saikaku e ukyo-zôshi. São Paulo: Hedra, 2002.
  • MACHADO, Sonia Maria Farria. Presença da Arte Japonesa na obra de Monet. Rio de Janeiro: Arte Final, 1988.
  • PEDROSA, Mario. "Japão e Arte Ocidental" in ARANTES, Otília (org.). Modernidade cá e lá - textos escolhidos. São Paulo: EDUSP, 2000.

Referências

  1. BARROS, 2007, p. 83
  2. BARROS, 2007, p.81
  3. «A assimilação da Arte Japonesa pela Arte Moderna» 
  4. a b BARROS, 2007, p.90

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