Voiceless alveolar sibilant affricate |
ts |
IPA | 103 132 |
Codificação |
Entidade (decimal) | ʦ |
Unicode (hex) | U+02A6 |
X-SAMPA | ts |
Kirshenbaum | ts |
A africada alveolar surda é um tipo de fonema, usado em algumas línguas faladas. O fonema é transcrito no Alfabeto Fonético Internacional com ⟨t͡s⟩ ou ⟨t͜s⟩ (anteriormente com ⟨ʦ⟩ ou ⟨ƾ⟩). A africada alveolar surda ocorre em muitas línguas indo-europeias, como alemão, caxemira, marata, pachto, russo e na maioria das outras línguas eslavas, como polonês e servo-croata; também, entre muitos outros, em georgiano, japonês, mandarim e cantonês. Algumas línguas auxiliares internacionais, como esperanto, ido e interlíngua também incluem este fonema.
- Seu modo de articulação é a africada sibilante, o que significa que é produzida primeiro interrompendo totalmente o fluxo de ar, depois direcionando-o com a língua para a borda afiada dos dentes, causando turbulência de alta frequência.
- O componente de parada deste africado é laminal alveolar, o que significa que é articulado com a lâmina da língua na crista alveolar. Para simplificar, essa africada é geralmente chamada de componente fricativa sibilante.
- Existem pelo menos três variantes específicas do componente fricativo:
- Alveolar laminal dentalizado (comumente chamado de "dental"), o que significa que é articulado com a ponta da língua muito próxima aos dentes anteriores superiores, com a lâmina da língua apoiada atrás dos dentes anteriores inferiores. O efeito de assobio nesta variação de [s] é muito forte.
- Alveolar não retraído, o que significa que é articulado com a ponta ou a lâmina da língua nos alvéolos, denominada respectivamente apical e laminal.
- Alveolar retraído, o que significa que é articulado com a ponta ou a lâmina da língua ligeiramente atrás dos alvéolos, denominada respectivamente apical e laminal.
- Acusticamente, é próximo a [ʃ] ou laminal [ʂ].
- Sua fonação é surda, o que significa que é produzida sem vibrações das cordas vocais. Em alguns idiomas, as cordas vocais estão ativamente separadas, por isso é sempre surda; em outras, as cordas são frouxas, de modo que pode assumir a abertura de sons adjacentes.
- É uma consoante oral, o que significa que o ar só pode escapar pela boca.
- O mecanismo da corrente de ar é pulmonar, o que significa que é articulado empurrando o ar apenas com os pulmões e o diafragma, como na maioria dos fonemas.
Língua | Palavra | AFI | Significado | Notas |
Alemão | Padrão[2] | Zeit | [t͡säɪ̯t] | Tempo | O componente fricativo varia entre laminal dentalizado, laminal não retraído e apical não retraído.[2] |
Italiano | Padrão | grazia | [ˈɡrät̚t͡sjä] | Graça | O componente fricativo varia entre laminal dentalizado e apical não retraído. Neste último caso, o componente de parada é denti-alveolar laminal. |
Língua | Palavra | AFI | Significado | Notas |
Árabe | Najdi | كلب | [t͡salb] | Cachorro | Corresponde a /k/ e /t͡ʃ/ em outros dialetos. |
Asturiano | Alguns dialetos[25] | otso | [ˈot͡so] | Oito | Corresponde ao padrão /t͡ʃ/. |
Ḷḷena, Mieres, e outros. | ḷḷuna | [ˈt͡sunɐ] | Lua | Realização alveolar do che vaqueira em vez de retroflexo normal ([ʈ͡ʂ]). |
Basco[5] | hots | [ot̻͡s̺] | Som | O componente fricativo é apical. Contrasta com uma africada laminal com um componente fricativo dentalizado.[5] |
Catalão | potser | [puˈtt̻͡s̺e] | Talvez | O componente fricativo é apical. |
Yup'ik central alaskano | cetaman | [t͡səˈtaman] | Quatro | Alofone de /t͡ʃ/ antes de um xevá. |
Dinamarquês | Padrão | to | [ˈt̻͡s̺ʰoːˀ] | Dois | O componente fricativo é apical. Em alguns sotaques, é percebido como [tʰ]. Normalmente transcrito como /tˢ/ ou /t/. Contrasta com a parada não aspirada [t], que geralmente é transcrita como /d̥/ ou /d/. |
Holandês | Dialeto Orsmaal-Gussenhoven | mat | [ˈmät͡s] | Mercado | |
Inglês | Cockney | tea | [ˈt͡səˑi̯] | Chá | Possível alofone do início de palavras, em posição intervocálica e de final de palavra de /t/. |
Received Pronunciation | [ˈt͡sɪˑi̯] |
Nova Iorque | Possível alofone de início de sílabas. |
Nova Zelândia | Alofone de início de palavra de /t/. |
Norte de Gales | [ˈt͡siː] | Alofone do início e final da palavra de /t/; tem variação livre com uma oclusiva aspirada [tʰ]. |
Scouse | Possível alofone no começo de sílaba e no final de palavras de /t/. |
Sul-africano geral | wanting | [ˈwɑnt͡sɪŋ] | Querendo | Possível alofone de /t/ no final de sílabas. |
Filipino | tsokolate | [t͡sokɔlate] | Chocolate | |
Francês | Quebec | tu | [t͡sy] | Você | Alofone de /t/ antes de /i, y/. |
Georgiano. | კაცი | [kʼɑt͡si] | Homem | |
Luxemburguês | Zuch | [t͡suχ] | Trem | |
Marata | चाप | ['t͡sapə] | Clipe | Representado por /च/, que também representa [t͡ʃ]. A diferença nunca é marcada. |
Nepali | चाप | [t͡säp] | Pressão | Contrasta com versões aspiradas e não aspiradas. |
Português | Europeu[41] | parte sem vida | [ˈpaɾt͡sẽj ˈviðɐ] | Parte sem vida | Alofone de /t/ antes de /i, ĩ/ ou assimilação devido ao desaparecimento de /i~ɨ~e/. Cada vez mais utilizado no Brasil.[42] |
Brasileiro[41][42] | participação | [paʁt͡sipaˈsɜ̃w] | Participação |
A maioria dos falantes[43] | shiatsu | [ɕiˈat͡su] | Shiatsu | Muitos brasileiros podem palatalizar o africado. (/ts/>/tʃ/), como por exemplo em tsunami [tʃisuˈnɜ̃mi]).[44] |
Espanhol | Madri[45] | ancha | [ˈänʲt͡sʲä] | Largo | Palatalizado;[45] com um componente apical fricativo. Corresponde a [t͡ʃ] no espanhol padrão. |
Chileno |
Alguns dialetos rio-platenses. | tía | ['t͡sia̞] | Tia |
Referências
- Bauer, Laurie; Warren, Paul; Bardsley, Dianne; Kennedy, Marianna; Major, George (2007), «New Zealand English», Journal of the International Phonetic Association, 37 (1): 97–102, doi:10.1017/S0025100306002830
- Canepari, Luciano (1992), Il MªPi – Manuale di pronuncia italiana [Handbook of Italian Pronunciation], ISBN 88-08-24624-8 (em italiano), Bologna: Zanichelli
- Chew, Peter A. (2003), A computational phonology of Russian, Universal Publishers
- Collins, Beverley; Mees, Inger M. (2013) [2003], Practical Phonetics and Phonology: A Resource Book for Students, ISBN 978-0-415-50650-2 3rd ed. , Routledge
- Gilles, Peter; Trouvain, Jürgen (2013), «Luxembourgish» (PDF), Journal of the International Phonetic Association, 43 (1): 67–74, doi:10.1017/S0025100312000278
- Gimson, Alfred Charles (2014), Cruttenden, Alan, ed., Gimson's Pronunciation of English, ISBN 9781444183092 8th ed. , Routledge
- Grønnum, Nina (2005), Fonetik og fonologi, Almen og Dansk, ISBN 87-500-3865-6 3rd ed. , Copenhagen: Akademisk Forlag
- Hualde, José Ignacio; Lujanbio, Oihana; Zubiri, Juan Joxe (2010), «Goizueta Basque» (PDF), Journal of the International Phonetic Association, 40 (1): 113–127, doi:10.1017/S0025100309990260
- Jacobson, Steven (1995), A Practical Grammar of the Central Alaskan Yup'ik Eskimo Language, ISBN 978-1-55500-050-9, Fairbanks: Alaska Native Language Center
- Kara, Dávid Somfai (2002), Kazak, ISBN 9783895864704, Lincom Europa
- Kara, Dávid Somfai (2003), Kyrgyz, ISBN 3895868434, Lincom Europa
- Kordić, Snježana (2006), Serbo-Croatian, ISBN 3-89586-161-8, Languages of the World/Materials; 148, Munich & Newcastle: Lincom Europa
- Kozintseva, Natalia (1995), Modern Eastern Armenian, ISBN 3895860352, Lincom Europa
- Landau, Ernestina; Lončarić, Mijo; Horga, Damir; Škarić, Ivo (1999), «Croatian», Handbook of the International Phonetic Association: A guide to the use of the International Phonetic Alphabet, ISBN 0-521-65236-7, Cambridge: Cambridge University Press, pp. 66–69
- Lee, Wai-Sum; Zee, Eric (2003), «Standard Chinese (Beijing)», Journal of the International Phonetic Association, 33 (1): 109–112, doi:10.1017/S0025100303001208
- Lewis jr., Robert Eugene (2013), Complementizer Agreement in Najdi Arabic (PDF)
- Lin, Hua (2001), A Grammar of Mandarin Chinese, ISBN 3-89586-642-3, Lincom Europa
- Lunt, Horace G. (1952), Grammar of the Macedonian Literary Language, Skopje
- Mangold, Max (2005) [1962], Das Aussprachewörterbuch, ISBN 978-3-411-04066-7 6th ed. , Mannheim: Dudenverlag
- Nau, Nicole (1998), Latvian, ISBN 3-89586-228-2, Lincom Europa
- Padluzhny, Ped (1989), Fanetyka belaruskai litaraturnai movy, ISBN 5-343-00292-7
- Palková, Zdena (1994), Fonetika a fonologie češtiny, ISBN 978-8070668436
- Penhallurick, Robert (2004), «Welsh English: phonology», in: Schneider, Edgar W.; Burridge, Kate; Kortmann, Bernd; Mesthrie, Rajend; Upton, Clive, A handbook of varieties of English, ISBN 3-11-017532-0, 1: Phonology, Mouton de Gruyter, pp. 98–112
- Peters, Jörg (2010), «The Flemish–Brabant dialect of Orsmaal–Gussenhoven», Journal of the International Phonetic Association, 40 (2): 239–246, doi:10.1017/S0025100310000083
- Pretnar, Tone; Tokarz, Emil (1980), Slovenščina za Poljake: Kurs podstawowy języka słoweńskiego, Katowice: Uniwersytet Śląski
- Puppel, Stanisław; Nawrocka-Fisiak, Jadwiga; Krassowska, Halina (1977), A handbook of Polish pronunciation for English learners, ISBN 9788301012885, Warszawa: Państwowe Wydawnictwo Naukowe
- Recasens, Daniel; Espinosa, Aina (2007), «An electropalatographic and acoustic study of affricates and fricatives in two Catalan dialects», Journal of the International Phonetic Association, 37 (2): 143–172, doi:10.1017/S0025100306002829
- Rocławski, Bronisław (1976), Zarys fonologii, fonetyki, fonotaktyki i fonostatystyki współczesnego języka polskiego, Gdańsk: Wydawnictwo Uczelniane Uniwersytetu Gdańskiego
- Shosted, Ryan K.; Chikovani, Vakhtang (2006), «Standard Georgian» (PDF), Journal of the International Phonetic Association, 36 (2): 255–264, doi:10.1017/S0025100306002659
- Sjoberg, Andrée F. (1963), Uzbek Structural Grammar, Uralic and Altaic Series, 18, Bloomington: Indiana University
- Šewc-Schuster, Hinc (1984), Gramatika hornjo-serbskeje rěče, Budyšin: Ludowe nakładnistwo Domowina
- Szende, Tamás (1999), «Hungarian», Handbook of the International Phonetic Association: A guide to the use of the International Phonetic Alphabet, ISBN 0-521-65236-7, Cambridge: Cambridge University Press, pp. 104–107